segunda-feira, 21 de maio de 2012

O SR. GONÇALO M. TAVARES


Já disse aqui milhões de vezes que sou viciado em entrevistas. Acredito na força literária das entrevistas, tanto como diversão quanto como estudo profundo de qualquer assunto. Ontem eu assisti a entrevista que o escritor angolano Gonçalo M. Tavares deu pro programa Umas Palavras do canal Futura, apresentado pela Bia Corrêa do Lago. A única versão da entrevista que consegui foi do site da Globo. Então para assisti-la CLIQUE AQUI.

Estar consciente que vai morrer. Nunca se esqueça que vai morrer. (...) Que todos os dias uma pessoa se levantasse e dissesse para si próprio 'Hoje eu posso morrer'. Isto não é para acabrunhar ou deitar abaixo, pelo contrário, pois por enquanto estou vivo. O que posso fazer enquanto estou vivo? O que é que eu faço enquanto estou vivo? Responder essa pergunta é já responder lucidamente às exigências do mundo. Pois as pessoas que vivem não respondem essa pergunta. Vivem como se fossem imortais, não é? (...) Quando se percebe que podemos morrer hoje, há uma distinção entre coisas urgentes e coisas importantes. Como por exemplo, pagar a conta de eletricidade. O ato de pagar a conta é um ato urgente. Mas isso não é um ato importante, não é um ato que modifica a minha forma de ver o mundo. Um caso trágico é que se não percebermos mesmo que somos mortais, e que podemos ser hoje mortais, nós deixamos que as coisas urgentes estejam sempre a aparecer. Se uma pessoa não tiver cuidado pode passar 40 anos pagando contas de eletricidade.

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