sexta-feira, 4 de maio de 2012

O CONSELHO DE NABUCO

Renan me dera o conselho, que transmito à nova geração de literatos, de entregar-me a estudos históricos. Não há em regra nada mais ingrato, mais fútil, do que a produção que o indivíduo tira toda de si, e é o que acontece quando o talento não tem uma profissão literária séria. Há estudos, como as humanidades, que são apenas a habilitação do espírito para a carreira das letras; quem os tem pode dizer que possui a ferramenta do seu ofício. (...)
Aconselhar a jovens brasileiros que se dediquem a estudos históricos desinteressados é aconselhar-lhes a miséria; mas as leis da inteligência são inflexíveis e a produção do espírito que não se alimenta senão de sua própria imaginação tem de ser cada mais frívola e sem valor.


— Joaquim Nabuco, em Minha Formação (1900), tirando as palavras da minha boca para os jovens artistas que estão cada vez mais virtuosos em técnica e menos virtuosos no viver.

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