domingo, 24 de junho de 2012

FEBRE DO RATO


Fui no lançamento do novo filme do Claudio Assis e mais uma vez ele expressa sua poesia visual do mel pernambucano. Febre do Rato tem uma diferença particular pra mim. É esse Pernambuco que eu conheço e recordo com afeto. Pernambuco pra mim é um licor. Segundo o diretor, esse novo filme é uma resposta aos críticos que lhe chamaram de violento e gratuito. “Vocês não queriam que eu contasse as histórias de forma diferente? Estou fazendo poesia. É isso que eu sou, um poeta. Agora vão ter que me engolir.

Em uma recente entrevista Claudio não poupou seus comentários mais agudos. Para o cineasta, violência é permitir a veiculação em nível nacional de um filme como E aí... Comeu?, de Felipe Joffily. “É isso que está educando a sociedade? Isso é nojeira, excrescência, escraviza o olhar. Esse povo [cineastas] é desnecessário.”

E não poupa a produção de cinema nacional. “O cinema é feito por babacas, muito pior do que filhos da puta. Tem muita coisa boa sendo produzida no Ceará, em Pernambuco, mas sem acesso. Não faço cinema pra comprar um apartamento na Avenida Vieira Souto, no Rio. Cinema não é vender Coca-Cola".

E eu aqui fico sorrindo com a beleza da existência do Claudio Assis.



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